Brisa Bessa, arquiteta baiana com uma profunda conexão com a arte e a história, faz sua estreia na CASACOR Bahia 2024 com um projeto que transcende a simples funcionalidade de um ambiente funcional. Sua Lavanderia Origem é uma homenagem rica e sensível às ganhadeiras de Itapuã, mulheres que, no século XIX, lavavam roupas e construíam suas vidas em torno desse ofício.
Desde a infância, Brisa foi cativada pela arquitetura e pela arte. Fascinada pelas estruturas das casas e edifícios que via ao seu redor, ela se perguntava como essas construções resistiam ao tempo e aos elementos. Ao mesmo tempo, seu interesse pela arte florescia, impulsionado pelas influências de sua avó, uma mulher criativa que a introduziu ao mundo das cores e formas através de atividades como pintura, bordado e modelagem em biscuit. Essas experiências, desde cedo, moldaram o olhar atento e detalhista de Brisa, que mais tarde se traduziria em sua escolha de carreira.
A Lavanderia Origem é um reflexo dessa abordagem única. Inspirada pelas ganhadeiras de Itapuã, Brisa trouxe ao espaço elementos que contam uma história de força, tradição e arte. O ambiente foi concebido com detalhes inovadores, como um banco com almofadas da Rauze Home, que adiciona um toque de conforto e aconchego, e um lavatório para pets, que dialoga com as necessidades modernas de um lar. Mas o verdadeiro destaque é o varal, que se transforma em uma peça de arte, combinando a fotografia de Bruno Ferrucio e as ilustrações de Caribé, criando uma fusão entre o cotidiano e o artístico.
Outro elemento que eleva o projeto é a colaboração com Alexandre Feliciano, que desenvolveu obras de arte especialmente para o espaço. Essas peças não apenas complementam a estética da lavanderia, mas também reforçam o conceito de origem e identidade que permeia o trabalho de Brisa. Cada detalhe foi pensado para criar uma conexão emocional com os visitantes, trazendo à tona memórias e histórias que ressoam com a cultura e a ancestralidade baiana.
Com a Lavanderia Origem, Brisa Bessa não só presta uma homenagem às ganhadeiras de Itapuã, mas também redefine o que significa projetar um espaço. Seu olhar atento para a identidade e as particularidades humanas se revela em cada detalhe, fazendo com que este ambiente seja mais do que uma simples lavanderia, mas sim uma verdadeira obra de arte viva, onde o passado e o presente se encontram em perfeita harmonia.
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