INFERTILIDADE MASCULINA É UMA DOENÇA GRAVE QUE ATINGE MUITOS CASAIS

O assunto era um dos maiores tabus algumas décadas atrás. Falar em infertilidade masculina era quase proibido nas rodas de amigos ou mesmo naquele encontro após o trabalho. Quem sofria do problema fazia questão de esconder e quem resolvia tratar, mantinha sigilo absoluto. O fato é que falar de infertilidade masculina se tornou algo mais “normalizado”. A internet – bem utilizada – ajudou a disseminar informações. “O que percebemos, em consultório, é que os homens estão mais preocupados com o assunto e perderam aquele medo que tinham de investigar, de se cuidar”, explica Dr. Joabe Carneiro, urologista da clínica IVI Salvador.

Os homens passaram a entender ao longo do tempo, que cuidar de sua saúde é algo que precisa ser encarado com naturalidade. Afinal, assim como no caso das mulheres, descobrir precocemente e tratar o quando antes, ajuda e muito a aumentar as chances de cura. O assunto é recorrente na medicina reprodutiva, mas falar de infertilidade dos homens ganha nuances mais intensas nesse mês de agosto, por ser o mês dedicado aos pais.

O primeiro passo para detectar a infertilidade ocorre justamente quando um casal pretende ter filhos. Normalmente a desconfiança acontece quando após um ano de tentativas sem uso de métodos contraceptivos, não há sucesso na concepção. Para casais onde a mulher tem menos que 35 anos, considera-se o prazo de um ano. Quando já passou dos 35, o prazo de tentativas sem sucesso reduz para seis meses. De forma geral, a desconfiança ainda parte da mulher; mas se o casal não consegue engravidar, tanto o homem quanto a mulher devem ligar o alerta e procurar especialistas.

Após uma série de exames – em ambos – chega-se à conclusão sobre a raiz do problema. Em 30% dos casos, a infertilidade se deve a problemas da mulher, em outros 30% dos casos, há alguma anomalia nos homens. Em 20% dos casos, é pela combinação dos dois. Já nos outros 20% dos casos, mesmo investigando, não se consegue identificar a causa.

 

Identificar e tratar

Na medicina reprodutiva, o tempo é sempre precioso. Portanto, quanto mais cedo for identificada a infertilidade masculina, mais chances o homem tem de reverter a situação e conseguir alcançar a tão sonhada paternidade. E ao contrário do que muitos pensam, o passar da idade também pode prejudicar a qualidade e quantidade do material genético masculino. Portanto, estar atento à saúde e procurar um especialista ao menor sinal de que algo não vai bem, é a melhor atitude.

O primeiro passo, no caso dos homens, é realizar uma análise com uma amostra de sêmen. São analisadas a quantidade, a atividade e o formato dos espermatozoides. Se o resultado numérico for de 39 milhões ou mais, de espermatozoides na ejaculação, com 32% deles tendo movimento progressivo e ao menos 4% com formato considerado normal, as condições para conceber são boas. À medida que os índices reduzem em relação a essas referências, a possibilidade de gravidez vai ficando mais difícil. Após a análise ser realizada, cada paciente recebe uma orientação de tratamento. Em alguns casos, pode ser através de medicamentos, uso de suplementos ou vitaminas.

Mas para casos mais sérios, o avanço da medicina possibilita que o homem, mesmo detectando alteração seminal, consiga através de técnicas de reprodução assistida alcançar a paternidade. Atualmente, o sucesso em fertilizações in vitro é crescente. Através dessa técnica, caso haja alguma redução (de quantidade ou mobilidade) nos espermatozoides, os especialistas conseguem realizar a fertilização em laboratório. “Tratar a infertilidade masculina tem sido cada dia mais comum. A ciência tem evoluído e nos traz avanços a cada dia, nesse sentido”, conta o médico.

Mesmo se a infertilidade for irreversível, ainda assim as soluções estão à disposição dos homens que querem levar adiante o sonho de ser pai. Existem atualmente os bancos de sêmen, como o da clínica IVI Salvador, que seguem regulamentação oficial dos conselhos de medicina. Os especialistas em reprodução assistida selecionam perfis genéticos semelhantes aos do homem que busca a doação. Encontrado o perfil, o procedimento de fertilização in vitro segue normalmente. As taxas de sucesso desse tipo de procedimento também têm sido crescentes.

 

O que pode levar à infertilidade

São várias as causas da infertilidade, de modo geral. Para a infertilidade masculina não é diferente. Ela pode ser motivada por inúmeros fatores. Alterações no trato genital, que impossibilitam o depósito do sêmen na vagina durante as relações sexuais, problemas de ereção ou alterações na produção do sêmen são as mais comuns. São também mais fáceis de ser identificadas.

Um histórico de doenças como as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) também interfere e pode resultar em infertilidade temporária ou até mesmo permanente. O câncer de próstata também pode trazer, como consequência, a perda da fertilidade. Na lista de possíveis causas, estão ainda problemas na tireoide, diabetes, insuficiência renal e hepática; fatores genéticos, estilo de vida – com estresse, drogas, álcool, alimentação gordurosa e obesidade.

A mais comum, no entanto, é a varicocele, que atinge 15 a 20% dos homens, e 1/3 leva a infertilidade. Essa doença atinge os testículos, dilatando suas veias e formando espécies de varizes. O fato é que por ser um problema que pode ser ocasionado por diversas causas, é recomendado que o homem procure a ajuda de um especialista ao mínimo sinal de anormalidade. Assim, poderá realizar com mais tranquilidade o tratamento necessário, para seguir a vida feliz, com a tão sonhada família.

Gabriela Bandeira
Comunicativa, antenada e com atuação há mais de 16 anos na área de assessoria de comunicação, Gabriela Bandeira é jornalista formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com curso de extensão na Universidade de Jornalismo de Santiago de Compostela (Espanha). Em 2019, reuniu toda a sua experiência e expertise em comunicação estratégica e conteúdos digitais, com atuação há mais de 12 anos no segmento de shopping center, e abriu a própria agência: a Comunicando Ideias. Filiada à Associação Brasileira de Agências de Comunicação (ABRACOM), possui alcance na Bahia e outros estados do Nordeste.