Câncer de Ovário – o mais grave dos cânceres ginecológicos e de difícil diagnóstico

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Radiologista João Rafael Carneiro alerta que apenas 20% dos cânceres de ovário são diagnosticados em estágio inicial

No dia 8 de maio foi celebrado o Dia Mundial do Câncer de Ovário, o mais grave dos cânceres ginecológicos. Apesar da sua gravidade, pouco se discute sobre esse tipo de tumor que é considerado o câncer mais difícil de ser diagnosticado, uma vez que a maioria dos tumores malignos de ovário só se manifesta em estágio avançado. “Apenas cerca de 20% dos cânceres de ovário são diagnosticados em estágio inicial. Quando o câncer de ovário é diagnosticado precocemente, em torno de 94% das pacientes vivem mais de cinco anos após o diagnóstico”, explica o médico radiologista João Rafael Carneiro, sócio da clínica CSI.

Os ovários são glândulas responsáveis pela produção dos hormônios sexuais femininos (progesterona e estrogênio) e pela produção e armazenamento dos óvulos que são liberados, um a cada mês, durante o ciclo reprodutor feminino. O câncer de ovário pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas acomete principalmente mulheres acima de 40 anos. São tumores de crescimento lento com sintomas que levam algum tempo para se manifestarem.

Tumor silencioso

O desenvolvimento dos tumores de ovário ocorre de forma silenciosa. A maioria não apresenta sintomas até atingir a fase avançada. Os mais característicos são dor pélvica, alterações urinárias, aumento do volume abdominal, gases e irregularidades menstruais. Essas manifestações clínicas muitas vezes são confundidas com outras doenças, dificultando ainda mais o diagnóstico.

Cerca de 10 a 15% dos casos de tumores ovarianos apresentam componente genético ou familiar. Outros fatores de risco estão relacionados à menopausa tardia, endometriose, obesidade e a mulheres que não engravidaram. A gravidez e o uso de contraceptivos orais (supressão da ovulação) são considerados fatores de proteção.

Diagnóstico

Como o checkup ginecológico convencional não costuma denunciar a doença no início, se a mulher reúne fatores de risco, a postura no consultório muda. O acompanhamento deve se tornar mais assíduo e há o indicativo de exames a cada um ano. De acordo com o radiologista João Rafael Carneiro, o ultrassom transvaginal geralmente é o primeiro e mais utilizado exame caso exista uma suspeita de câncer de ovário. Ele é útil para diferenciar uma lesão com alto risco de tratar-se de um câncer, de uma imagem tipicamente benigna como cisto hemorrágico funcional.

“O exame de imagem não invasivo é capaz de avaliar o canal vaginal, colo do útero, útero, trompas de Falópio e os ovários. Nos últimos anos, existe um grande investimento dos colégios de radiologia europeu e americano em tornar as práticas ultrassonográficas mais padronizadas, no intuito de otimizar a detecção precoce através de exames dos ovários, com uma melhor precisão na detecção de lesões malignas”, completa o especialista.  

É muito importante ainda ressaltar que o exame deve ser realizado por um profissional habilitado para que o diagnóstico seja feito de forma mais precoce possível.

Gabriela Bandeira
Comunicativa, antenada e com atuação há mais de 16 anos na área de assessoria de comunicação, Gabriela Bandeira é jornalista formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com curso de extensão na Universidade de Jornalismo de Santiago de Compostela (Espanha). Em 2019, reuniu toda a sua experiência e expertise em comunicação estratégica e conteúdos digitais, com atuação há mais de 12 anos no segmento de shopping center, e abriu a própria agência: a Comunicando Ideias. Filiada à Associação Brasileira de Agências de Comunicação (ABRACOM), possui alcance na Bahia e outros estados do Nordeste.