Outubro Rosa – prevenção e a importância dos exames de rastreio do câncer de mama

O ginecologista Alexandre Amaral e o radiologista João Rafael Carneiro alertam sobre os cuidados necessários ao investigar a doença

Outubro chegou e com ele o foco se volta para a prevenção e conscientização sobre o câncer de mama. O Outubro Rosa tem como objetivo alertar a população sobre os cuidados com a saúde da mulher, que engloba tanto as visitas regulares ao ginecologista para a prevenção do câncer de mama, até a importância do rastreio e diagnóstico da doença. Os médicos – o ginecologista Alexandre Amaral e o radiologista João Rafael Carneiro – explicam sobre a importância de controlar os fatores de risco e estimular os fatores preventivos para evitar o câncer de mama.

“Cuidar da saúde deve ser prioridade na vida de qualquer pessoa. Por isso, a importância das ações para promover a educação em saúde, explicando o cuidado que a mulher deve ter com o conhecimento do seu corpo, estando atenta a qualquer alteração suspeita de câncer por meio da observação e palpação ocasionais das mamas. E assim, achando alguma alteração – como o aparecimento de secreções e dores – deve-se buscar o serviço de saúde o mais cedo possível. Associada a isso, é recomendado ainda que a mulher faça consultas periódicas com o seu ginecologista e realize os exames solicitados por ele”, comenta o ginecologista Alexandre Amaral.

O câncer de mama é o segundo câncer mais prevalente nas mulheres. Todos os anos mais de 2 milhões de novos casos são registrados no mundo e, no Brasil, cerca de 60 mil novas mulheres são acometidas por esta doença todos os anos.

“Em todas as faixas etárias podem aparecer nódulos benignos, que vão precisar de tratamento. Mas o Colégio Brasileiro de Radiologia, a Sociedade Brasileira de Mastologia e a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia recomendam que, a partir dos 40 anos de idade, as mulheres devem realizar anualmente a mamografia, – exame que permite a identificação de lesões não palpáveis”, alerta Alexandre Amaral.

Rastreamento

A mulher precisa ficar atenta a qualquer sinal de nódulo ou outro sintoma suspeito nas mamas para que seja investigado e afastar a hipótese de câncer de mama. Porém, independente de qualquer suspeita, o exame de rastreio é fundamental para acompanhamento e, se descoberto, iniciar o tratamento ainda em estágio inicial.

Para a investigação, além do exame clínico das mamas, os exames de imagem como mamografia, ultrassom e ressonância magnética podem ser indicados, conforme explica o médico radiologista João Rafael Carneiro, sócio da Clínica de Saúde e Imagem (CSI). “Os cânceres de mama diagnosticados durante os exames de rastreamento são geralmente menores e estão confinados à mama. O tamanho de um tumor na mama e se está disseminado são alguns dos fatores mais importantes no prognóstico da doença. Por isso, a importância do diagnóstico precoce, sendo bem descrito que o bom rastreio do câncer de mama com mamografia pode reduzir a morbimortalidade da doença”, afirma João Rafael Carneiro.

O especialista também explica a indicação dos demais exames de imagem. “O ultrassom e a ressonância magnética das mamas são ferramentas importantes na boa condução diagnóstica das lesões mamárias, muitas vezes ajudando a esclarecer dúvidas em casos que a mamografia não foi conclusiva, como por exemplo em situações de mamas mais densas perante a presença de maior quantidade de tecido fibroglandular que dificulta a avaliação mamográfica ou avaliações após manipulações cirúrgicas.”  

Confira abaixo a diferença e indicações de cada exame de imagem:

  • As mamografias regulares podem detectar o câncer de mama em estágio inicial, quando as chances de cura são maiores. Uma mamografia pode encontrar alterações que podem ser identificadas anos antes do desenvolvimento dos sintomas físicos;
  • O ultrassom é útil para analisar algumas alterações mamárias, como as que podem ser sentidas, mas não visualizadas na mamografia ou em mulheres com tecido mamário denso. Também pode ser usado para observar alterações que foram vistas na mamografia, bem como para diferenciar cistos de massas sólidas, por exemplo. Existem publicações que mostram uma melhora da acurácia diagnóstica do câncer de mama com análise conjunta da mamografia com o ultrassom;
  • A ressonância magnética é utilizada principalmente quando existe dúvidas diagnósticas nos métodos anteriormente citados, ajudando a refinar o diagnóstico. Também pode ser indicada em casos que exista uma queixa clínica e já se sabe da presença de dificuldade técnica, como em situações de mama operada ou pacientes que possuem próteses mamárias (principal métodos para avaliação de alterações das próteses).

“Os exames de imagem tornaram-se essenciais não só para o rastreamento, mas em todas as etapas da abordagem da neoplasia mamária, incluindo a avaliação da resposta e a vigilância pós-tratamento. Também não podemos deixar de citar a importância dos exames de imagem para guiar as biopsias minimamente invasivas. Progressos tecnológicos recentes e contínuos dos diferentes métodos oferecem novas oportunidades para melhorar ainda mais o atendimento clínico. Vale lembrar ainda que exames de imagem têm validade por volta de um ano. Por isso mulheres, mantenham seus exames em dia”, finaliza João Rafael Carneiro.

Gabriela Bandeira
Comunicativa, antenada e com atuação há mais de 16 anos na área de assessoria de comunicação, Gabriela Bandeira é jornalista formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com curso de extensão na Universidade de Jornalismo de Santiago de Compostela (Espanha). Em 2019, reuniu toda a sua experiência e expertise em comunicação estratégica e conteúdos digitais, com atuação há mais de 12 anos no segmento de shopping center, e abriu a própria agência: a Comunicando Ideias. Filiada à Associação Brasileira de Agências de Comunicação (ABRACOM), possui alcance na Bahia e outros estados do Nordeste.