Democratização da beleza: Avon amplia sua paleta de cores de bases, pós e corretivos com foco em peles negras brasileiras

 

 

As mulheres negras nordestinas têm bastante dificuldade na hora de encontrar tons de bases, pós e corretivos compatíveis com a cor da sua pele.Foi o que revelou uma pesquisa realizada pela Avon, em parceria com a consultoria Grimpa, realizada em 2020. O levantamento inédito mostrou também que 70% das mulheres negras entrevistadas não estão satisfeitas com as opções de produtos específicos para o seu tipo de pele encontrados no mercado.

A falta de opções faz com que as consumidoras negras limitem sua experiência de compra de novos produtos, pois, enquanto as mulheres brancas podem encontrar facilmente sua cor em diversas marcas e experimentar bases com diferentes efeitos e ativos, mulheres negras ainda estão preocupadas em encontrar produtos que ofereçam a compatibilidade de tom.O problema é intensificado no nordeste do país, onde 49% das nordestinas negras afirmam não encontrar tons compatíveis dos itens para a sua cor de pele.

Esse dado é bastante relevante, especialmente no estado da Bahia, onde 81,4% da população se autodeclara negra. Como resposta a esses dados, somados a estudos e workshops realizados entre 2013 e 2019, a Avon ampliou a sua paleta de cores de bases, pós e corretivos.

Os novos itens de maquiagem da Avon foram elaborados com as cores personalizadas para as peles pardas e pretas brasileiras e começaram a ser lançados em 2020. Até o final de 2021, Serão 51 itens de maquiagem divididos em base líquida e compacta, tons de corretivo, pós compactos, blushs e iluminadores da linha Power Stay.

Além disso, toda a paleta de bases, pós e corretivos ganha novos nomes, sinalizando tom e subtom em uma combinação de letra e número: o número faz referência ao tom (1 para o tom claro, 2 para o médio-claro, 3 para o médio, 4 para o médio-escuro e 5 para o escuro) e a letra faz referência ao subtom: “F” (frio), “N” (neutro) e “Q” (quente).

“Esse levantamento reforçou a carência de representatividade da mulher negra pela indústria de beleza, que não é nicho. Nosso objetivo é investir cada vez mais em estudos e pesquisas para oferecer inovação acessível às nossas Representantes da Beleza Avon e às consumidoras. Trabalhamos para democratizar a beleza, apostando em novas tecnologias e ampliação do nosso portfólio em consonância com a diversidade da beleza da mulher brasileira, de acordo com a demanda da nossa força de vendas e do nosso público consumidor”, pontua o Diretor Executivo de Vendas da Avon Brasil, Abel Filho.

 

Pesquisa

Outros dados importantes também foram revelados pela pesquisa: 46% das entrevistadas disseram que o principal motivo de desistirem da compra de uma base, pó ou corretivo é não encontrar o tom compatível com a sua pele.Para 32% as mulheres nordestinas negras, o fator mais importante na hora de escolher uma nova base é o tipo de acabamento, ou seja, se ele é natural, matte ou iluminado.

A carência de produtos compatíveis no mercado nacional acaba pesando no bolso delas. 54% das nordestinas negras procuram opções importadas ocasionalmente ou sempre: 43% fazem isso porque consideram os produtos estrangeiros mais interessantes, 40% acreditam que eles têm mais qualidade e 18% encontram tons compatíveis apenas nas paletas de cores vindas do exterior. Além disso, 52% dizem que compram ou já tiveram que comprar mais de um tom de base para misturá-la a outras porque simplesmente não encontram um produto adequado à sua cor – tendo assim que gastar mais, personalizando a maquiagem.

Apesar do cenário geral adverso da indústria de beleza, as mulheres negras consideram que a representatividade vem melhorando: 80% das entrevistadas disseram reconhecer ações que olham para suas necessidades e que as faça sentir valorizadas.

O estudo foi realizado entre setembro e outubro de 2020, com 1.000 mulheres pardas e pretas entre 18 e 60 anos, de todas as classes sociais, e em todo o Brasil, para entender como é a relação delas com a maquiagem, especificamente base, pó e corretivo – que estão intimamente ligados ao tom de pele.

Hoje, o Brasil é o País com a maior população negra fora da África no mundo. Dos 209 milhões de brasileiros, atualmente, 56% são negros, grupo racial composto por pessoas que se classificam como pardas e pretas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).Além disso, segundo o ThinkEtnus é estimado é que, até 2023, 70% dos brasileiros se autodeclarem negros, como resultado do crescimento da autoafirmação e empoderamento. O Nordeste é a segunda região brasileira com mais pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas, representando 74,5% da população.

Gabriela Bandeira
Comunicativa, antenada e com atuação há mais de 16 anos na área de assessoria de comunicação, Gabriela Bandeira é jornalista formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com curso de extensão na Universidade de Jornalismo de Santiago de Compostela (Espanha). Em 2019, reuniu toda a sua experiência e expertise em comunicação estratégica e conteúdos digitais, com atuação há mais de 12 anos no segmento de shopping center, e abriu a própria agência: a Comunicando Ideias. Filiada à Associação Brasileira de Agências de Comunicação (ABRACOM), possui alcance na Bahia e outros estados do Nordeste.