O ginecologista Alexandre Amaral explica que a cirurgia minimamente invasiva se tornou padrão ouro para tratamento cirúrgico de endometriose profunda
Conviver com a dor, cólicas ou qualquer outro tipo de incômodo que possa prejudicar a rotina e inviabilizar o dia a dia é uma tarefa difícil para muitas mulheres. Esses são alguns dos sintomas da Endometriose que, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), atinge cerca de 10% da população feminina brasileira. Entre as mais afetadas, estão as mulheres jovens, entre 25 e 35 anos de idade. O ginecologista Alexandre Amaral, especialista em cirurgia minimamente invasiva, explica que a cirurgia robótica já é praticada em diversas especialidades médicas. E isso também se aplica à ginecologia, permitindo a realização de cirurgias mais precisas como, por exemplo, para a retirada de útero, miomas e para casos os complexos de endometriose.
Como a endometriose atinge cada mulher de forma única, o seu tratamento precisa ser individualizado. Desse modo, não existem fórmulas milagrosas para tratar a doença, visto que o objetivo do tratamento é aliviar os sintomas álgicos. A principal recomendação é avaliar a sua extensão para pensar em uma conduta terapêutica baseada na realidade de cada paciente. A indicação de cirurgia é reservada aos casos em que o tratamento clínico não tem efeito ou quando a doença compromete o apêndice, a bexiga, os dois ovários ou mais que 50% da alça intestinal. A videolaparoscopia convencional ou a cirurgia robótica são as melhores opções para o tratamento cirúrgico.
“A cirurgia robótica, que é na verdade uma videolaparoscopia associado ao robô, exibe algumas vantagens quando comparada à laparoscopia convencional, como por exemplo, a imagem 3D, movimentos mais precisos e semelhantes à mão humana e o conforto do cirurgião, pois o mesmo realiza a cirurgia sentado num console. Ambas são realizadas por pequenas incisões, por onde passam a micro-câmera e os instrumentais. A visão aumentada e de altíssima qualidade permite ao cirurgião enxergar melhor, o que tornou a cirurgia minimamente invasiva padrão ouro para tratamento cirúrgico de endometriose profunda. E o emprego de uma plataforma robótica comandada pelo cirurgião torna o procedimento mais preciso, tendo como vantagem mais rapidez e menos dor durante a recuperação, além de menores riscos de complicações”, afirma Alexandre Amaral.
Sintomas e Diagnóstico
A endometriose é uma doença crônica que se caracteriza pelo crescimento de células semelhantes ao endométrio (camada mais interna do útero) fora do útero, podendo atingir os ovários, intestinos, apêndice, bexiga e/ou locais fora da pelve como o diafragma. E uma das consequências mais preocupantes é que ela pode interferir na fertilidade da mulher.
“Para algumas pessoas, os sintomas da endometriose podem iniciar ainda na adolescência com queixas que, muitas vezes, são desconsideradas como: cólica menstrual, dor durante a relação sexual, dor pélvica crônica fora do ciclo menstrual, dor para defecar e dor para urinar”, conta Alexandre.
O diagnóstico se dá a partir do quadro clínico da paciente associado ao exame físico. “Além disso, podemos solicitar exames de imagem, como ressonância magnética da pelve e ultrassonografia com preparo intestinal para mapeamento da endometriose. O tratamento pode envolver modificação do estilo de vida e associar o uso de medicações analgésicas e anti-inflamatórias, sem falar no uso de hormônios sob a forma de pílulas, implantes, DIU’s ou injetáveis”, finaliza o ginecologista.
Deixe uma Resposta
Ver Comentários