Black Friday: consumidores devem ficar atentos para evitar golpes

Cândido Sá, advogado, especialista em direito do consumidor

A Black Friday já é uma das épocas que o comércio mais fatura anualmente. Porém, o consumidor deve ficar atento para não cair em golpes. “É preciso checar se o site é confiável, se a empresa não está na lista negativa do Procon e evitar clicar em links com ofertas muito abaixo do mercado”, explica o advogado Cândido Sá, especialista em Defesa do Consumidor e autor do livro “Os Bancos no Banco dos Réus”.

Outro problema que acontece muito na Black Friday é a questão dos preços serem reajustados e reduzidos próximos da data. O cliente tem que acompanhar o produto que quer comprar, sempre dando prints nas telas dos preços para, se ficar demonstrado que o desconto não existe, entrar com uma denúncia contra a empresa. “É fundamental que o consumidor registre o preço dos produtos de alguma forma, por fotos, vídeos, pois será usado como prova para apontar um golpe”, diz o advogado, ressaltando que tem sites que, na hora que o produto vai para o carrinho de compras, sofre um reajuste imperceptível.

O Código de Defesa do Consumidor continua valendo durante a Black Friday e é um importante instrumento de proteção. “O consumidor tem o direito de arrependimento para compras realizadas na internet ou por telefone e pode cancelar até sete dias após o recebimento, sem precisar dar explicações”, afirma.

O consumidor também deve ficar atento aos prazos de entrega na hora da compra. Segundo o CDC, se a empresa não entregar o item no prazo acordado, há um descumprimento de oferta e isso pode acarretar pagamento de indenização aos compradores. “Se não conseguir resolver diretamente com o vendedor, sempre registrando as reclamações por email ou serviço de mensagens, o consumidor deve fazer uma queixa no Procon de sua cidade e entrar na justiça e pedir não só dano material, mas moral, em virtude do tempo perdido negociando a entrega e outros aborrecimentos.